sábado, 29 de dezembro de 2007

Detalhe

E o futuro gritou para o passado:
O presente, cadê?, onde andará?

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Ilusão

Com a concha do mar
no ouvido sentiu
que a brisa do mar
era pura ilusão

sábado, 10 de novembro de 2007

ela.

Rafaela,
nome comum do sertão
corre a cidade atrás da esperança
tropeça e cai no chão.

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Vermelha

Tem cara de comunista, disse o locutor
E ela riu alto.
Ninguém percebeu, mas ao baixar a cabeça o rosto corava leve.

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Metal

Doença incurável, disse o médico
e pôs-se a rir
que soldadinho de chumbo
não é de ferro.

domingo, 16 de setembro de 2007

A vidraça

Tempestade na janela.
E batiam fortes as gotículas.
Solidão que engasga o tempo,
amortece a dor que corrói,
e no fim... culmina com um soluço trôpego de cão sem dono.
E se o fim, por mero descuido, não chega?
Gotículas na janela.
Raios de tempestade eternizada.
Morte do vago acaso, menina.
Acaso esse chamado amor.

Menina

Ei, Princesa? Quer calçar seu sapatinho?
Depois coloque o vestido prata e vá dançar
uma Carolin'a com o jogador de cartas.
Ah, o tempo...

terça-feira, 4 de setembro de 2007

despedida de um triste fim,

Tchau, falou. E sorriu triste.
Sorriu quando queria chorar.
Tchau. Ah, uma coisa: eu... esquece.
E sorriu triste. No final do sorriso...chorou.

sábado, 1 de setembro de 2007

Romeu

Com o finete de luz do dia
o menino de olhos d'água corou
se pegar pela mão salva, disse ele,
eu não quero soltar nunca mais.

sábado, 25 de agosto de 2007

Como balas de sal

Entrou na pele, fez doer, e nunca mais saiu.

domingo, 12 de agosto de 2007

do futuro

E os alunos todos falavam
e a professora cansada pedia
mas nesse amontoamento todo
vê se escutar alguém podia!

(haha! que coisinha mais terrível!)

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Gotinha

A gota que pingava
tão vagarosa e escorria
pingava salgada e (plin!)
não era do mar.

Um aperto mais

Um dia eles se deram as mãos
e não soltaram nunca mais

quarta-feira, 25 de julho de 2007

Luzes

O sol iluminava as flores
que iluminavam a moça
que iluminada pelo sol e pelas flores
sorria.

O sorriso perdido

A bola picava quic quic quic
e na porta batiam os guardas
ei, moça! Aquele sorriso é seu?

Tão doce

O vento que batia no cabelo molhado
fez o sol surgir mais amarelo
amarelo como aquela flor
lá de cima do bosque.

E as núvens brancas que voavam
tão rapidinhas pelo céu
fizeram ela sorrir.
Sim, o mundo podia ser azul.

Mesmo que estivesse só
estava acompanhada por muitos
por todos.
O jardim sabia ser um infinito de coisas.

E aquele livro de capa antiga
e aquele sorriso perdido num passado distante
a faziam lembrar de coisas bonitas
que não aconteceriam mais.

Ouvir aquela canção, quem sabe?

domingo, 22 de julho de 2007

A princesa

O trim lim lim do telefone que tocou
ohh, vamos princesa!
de todos os seus sonhos rapidamente
despertou.

quinta-feira, 19 de julho de 2007

de brincar

E ela se escondeu rapidinho
que o amor só sabia contar até cinco

quarta-feira, 11 de julho de 2007

Minúsculo.

Quisera que o amor fosse feito pra ser usado.
Um vidrinho, e só.

terça-feira, 10 de julho de 2007

Dúvidas psico-poéticas.

Quando não se sabe fazer uma coisa, e se faz...
isso é um erro?

Quando se faz uma coisa que se sabe fazer muito bem,
e de tão bem que se sabe fazer não haveria nem necessidade
de se fazer mais, mas, mesmo assim, se faz...
isso é um erro?

Quando não se sabe fazer uma coisa, e, por isso, não se
faz...
isso é um erro?

Tentar definir erros, isso sim não se faz.

segunda-feira, 25 de junho de 2007

O vazio

Perdidos entre sinos
badaladas da dor, amor
eles seguem o caminho,
de pedras, qual for.

Cabelos e gãos, espadas na mão
e o céu, e o sol
latentes como o corte
da alma que se afogou.

Risos, tão só
quadros antigos
e no ar um som abafado
de álbum banido.

Entre um Beatles e um nó
as mão unidas
a linha vermelha
escorrendo ligeira por entre o pó.

terça-feira, 19 de junho de 2007

Sucumbi...riba!

Taísa sentava na segunda fila. Ouvia muito, anotava quase tudo, olhava sorrindo, comentava sempre. Ela não sabia, mas por entre os grupos formados sem formação era um assunto constante. Bela? relativo. Engraçada? para poucos. Inteligente? 'above'. Então, por que...? Of course, little god. Um dia catando um papel verde anil que servia como depósito de coca cola ouviu algo mais ou menos assim: "ai, ela é A chata. Eu, menina de chapinha no cabelo, não a aguento mais." Pooouft! Yes, yes... A chata és tu, pobre proletariada Taísa. (...) Não aguentou a pressão e aderiu ao movimento.

sexta-feira, 15 de junho de 2007

O the end III.

Sem perspectivas. Acerca de tudo. Minha dor é maior e mais forte que qualquer palavra existente. Que qualquer gesto já feito. Que qualquer dor já sentida. E a ajuda nunca chegará.

O the end II.

Que tal uma máquina do tempo para voltar a infância? Peter Pan, me resgate e leve para a Terra do Nunca.

O the end.

Acabou. Tudo caiu, tudo se foi. Acabou. E aquela folha antes alegre que voava leve levada pelo vento secou. O outono e a primavera já estão longe. O frio seco e dolorido penetra como uma faca pontuda aqui dentro. Eu choro. Aquela garota que gostava tanto de cantar cresceu. Tornou-se dura, apática, sem sentido. Por favor, eu preciso de um antídoto contra essa doença que se chama vida.

domingo, 10 de junho de 2007

Perda

Poupa teus abraços e beijos.
Não os distribua assim.
Minha boca ainda clama por eles.
O meu corpo ainda se move contente
quando perto do teu.
Mas poupa teus abraços e beijos.
Que tua vontade vale mais que a minha,
Que o teu desejo fugiu antes do meu.
De nada adianta eu morrer por ti
se tu, teu corpo, tua alma, tua mente
já não são mais meus.

Nada nem ninguém.

Tudo é permitido aqui. Inclusive mentir sobre permissões.
Tenho o direito de não ser ninguém, o que sou.
E o caminho que se tornava escuro desapareceu.